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Caso Manaus - o que são as minas de sal-gema?

Não é porque saiu do noticiário que o afundamento de solo em Maceió foi resolvido. Você acompanhou esse caso em dezembro? Se não acompanhou, veja um resumo dos fatos:

Crise Ambiental em Maceió: Especialista Analisa a Situação da Mina de Sal- Gema e Como o

foto: Programa Território Animal

A extração de sal-gema existe em Maceió desde a década de 1970 e é usada para a produção de PVC (tipo de plástico). Atualmente existem 35 minas na cidade, sendo que 5 delas já foram preenchidas com areia. Após décadas de mineração, parte da capital alagoana passa por um lento processo de afundamento do solo que abre rachaduras em ruas, prédios e casas.

As primeiras rachaduras surgiram em fevereiro de 2018, mas aumentaram quando um tremor de terra foi sentido em diversos bairros duas semanas depois. No ano seguinte, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, confirmou que a extração de sal-gema feita na região onde existiam falhas geológicas provocaram a instabilidade no solo.

As rachaduras vistas nas ruas e nos imóveis são reflexo dessa movimentação e em maio do mesmo ano, a petroquímica que realizava a extração do sal-gema interrompeu a mineração. O levantamento mais recente indica que dos 14.402 imóveis com recomendação para desocupação, 13.871 já foram esvaziados.

O afundamento do solo, que pode abrir uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã em Maceió, acontece pela forma como o sal-gema é extraído de poços subterrâneos. Na mina na cidade, o sal-gema é retirado de uma profundidade de 1,2 mil metros – o que corresponde a um prédio de 39 andares.

O risco iminente de colapso, registrado no início de dezembro de 2023, pode estar relacionado com o tremor de terra com magnitude de 1,7 com epicentro em Alagoas, mais precisamente em Maceió, somado à instabilidade do solo, provocada pela mineração. A área não deve voltar a ser habitada no futuro.

Mas afinal o que é o sal-gema e o processo de extração?

O sal-gema, ou halita, é uma variedade de sal mineral composta principalmente por cloreto de sódio (NaCl). Sua formação ocorre ao longo de períodos geológicos extensos, quando antigas massas de água salgada evaporam, deixando para trás depósitos de cristais de sal. Esses depósitos são geralmente encontrados em camadas subterrâneas profundas e o sal-gema é extraído por meio de técnicas de mineração.

O processo de extração do sal-gema inicia-se com a perfuração de poços ou galerias subterrâneas até atingir as camadas onde o depósito de sal está localizado. Uma vez alcançado o depósito, o sal-gema é extraído e transportado para a superfície. Em algumas instalações de mineração de sal, a água é introduzida nos depósitos para dissolver o sal, formando uma solução salina que é então bombeada para a superfície. Essa solução pode passar por processos de evaporação controlada, resultando na recristalização do sal.

O sal-gema é utilizado em várias indústrias, desde a produção de sal de mesa para consumo humano até a fabricação de produtos químicos essenciais, como soda cáustica e cloro. Sua importância na indústria é ampla e diversificada, tornando-o uma commodity fundamental em muitos setores.

Mas o caso das minas de sal-gema em Maceió destaca os impactos significativos e preocupantes da extração desse mineral nas comunidades locais. A extensão do afundamento do solo revela a complexidade dos desafios associados à mineração subterrânea. A interrupção da extração em resposta às evidências geológicas e ao risco iminente de colapso sublinham a necessidade de uma abordagem cautelosa e sustentável na exploração de recursos naturais.

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